Arranca hoje a 9.ª edição do Fest – Festival Novos Cineastas| Novo Cinema, que vai decorrer de 24 de junho a 1 de julho, com atividades distribuídas entre o Centro Multimeios de Espinho, a Biblioteca Municipal de Espinho e o Casino da cidade.
Paralelamente ao Festival, decorre ainda o Traning Ground, evento que começou em 2009 e que inclui inúmeras workshops e master classes com mais de 20 formadores internacionais nas áreas da realização, escrita de argumento, representação, fotografia, financiamento, design de produção e edição cinematográfica. Entre os convidados desta edição, contam-se nomes como os da atriz vencedora de um Óscar Melissa Leo, os realizadores Peter Webber (que irá apresentar no certame Imperador) e Scandar Copti (Ajami), para além do diretor de fotografia nomeado para um Óscar Christian Berger (O Laço Branco) e Paulo Furtado, o músico mais conhecido como The Legendary Tigerman.
Imperador – O Filme de Abertura
Será já hoje que será apresentado pelas 22h00 em antestreia nacional o filme «Imperador», um filme com elementos históricos, intriga e romance, que se baseia em factos reais. No centro das atenções estão os bastidores da chegada do general Douglas McArthur (Tommy Lee Jones) ao Japão devastado após a rendição na 2ª Guerra Mundial.
Com a missão de ajudar o país a reconstruir-se, ele traz consigo o especialista Bonner Fellers (Matthew Fox), que ficará responsável por determinar, através de uma investigação, o papel do imperador Hirohito no conflito – o que determinará se ele deve ser poupado ou castigado como criminoso de guerra.
Para isso, Fellers vale-se de uma compreensão da cultura nipónica mais alargada que a de seus conterrâneos, ao mesmo tempo que procura reencontrar a sua antiga paixão, Aya Shimada (Eriko Hatsune), uma japonesa que conheceu nos Estados Unidos e da qual não sabe o paradeiro desde que a guerra começou.
Peter Webber, realizador de A Rapariga do Brinco de Pérola e Hannibal – A Origem do Mal, que marcará presença no Fest, foi escolhido pelos produtores por, segundo eles, ter sido o que melhor apresentou uma visão conjugada entre aquilo que se pretendia no filme – um thriller histórico com romance. O cineasta disse que pouca coisa do que vinha recebendo na altura lhe interessava, mas gostou imediatamente das possibilidades oferecidas por este projeto.
Um dos seus aspetos mais interessantes era a relativização cultural. “Eu tentei evitar utilizar os clichés fáceis associados aos orientais. Antes de 1945, o Japão era uma nação moderna, um país em parte ocidentalizado, mas com fortes diferenças culturais com a América. No filme a história é vista através do olhar de Bonner Fellers, um homem que realmente tentava compreender uma cultura imperial que parecia impenetrável.“
Por trás do projeto está a produtora de O Último Samurai e Memórias de uma Gueixa, Yoko Narahashi, que mais uma vez investe numa história que liga historicamente Oriente e Ocidente. Na verdade ela é neta de um dos personagens cruciais do filme, o ministro de Hirohito Teizaburo Sekiya, que faz a ligação entre governos invasores e ocupados. Narahashi ouviu muitas das histórias do palácio imperial quando era criança e achou que seria de grande interesse revistar o Japão daqueles tempos, cuja miséria generalizada parece irreal aos olhos dos seus contemporâneos. Já o romance surgiu de refências nas cartas de Fellers a uma amiga nipónica. Embora sem qualquer prova histórica, a produtora achou que era um bom material para a imaginação dos argumentistas.
A Competição ao Castelo de Prata
Curtas e longas metragens, ficção e documentários, fazem parte do cardápio desta 9ª edição do FEST. A programação do certame é extremamente variada em termos da nacionalidade das produções, podendo o espectador assistir a filmes como o drama de relações Summer House, os filmes coming of age Miss Blue Jeans e Sunshine Boys, os dramas com elementos enraizados à história dos países Las Malas Intenciones e Yuma, o romântico em tom de road trip da 3ª Idade Night Boats, o português Um Fim do Mundo ou o thriller filipino Breakway.
Nos documentários, a seleção é extremamente forte, destacando-se à cabeça o já por diversas vezes premiado Elena e o feel good movie How We Played The Revolution. Fidai, Meanwhile in Mamelodi e Dragan Wende completam as escolhas documentais.
