Sexta-feira, 19 Abril

Morreu Francesco Rossi

Morreu Francesco Rosi, o realizador que demonstrou a faceta corrupta de Nápoles ao mundo. O autor faleceu em sua habitação em Roma e tinha 92 anos.

Nascido em 15 de Novembro de 1922, Francesco Rosi estreou em 1947 como ator do filme Giorgio Simonelli, Dove sta Zaza?. Seguidamente teve um pequeno papel em Domingo de Agosto (Domenica d’agosto, 1950). Mas revelou o seu talento como argumentista, tendo trabalhado para obras de Luciano Emmer (Paris é Sempre Paris de 1951 foi a sua grande estreia), Luchino Visconti e Luigi Zampa.

Em 1952, ao lado de Goffredo Alessandrini, assina a sua primeira obra realizada, Camicie Ross. Contudo foi com La Sfida (1958), que por cá teve o título de Fúria de Ambições, que Rosi conseguiu por fim emancipar-se das co-realização e surpreender a comunidade cinematográfica com um visão rompante e provocadora da sociedade italiana. A sua estreia a solo na realização fez com que conquistasse o Prémio Especial da Crítica e o Prémio San Giorgio do Festival de Veneza desse ano.

O prémio máximo do festival (o Leão de Ouro) seria arrecadado, no entanto, cinco depois com As Mãos Sobre a Cidade (Le Mani sulla Città, 1963), um retrato isente de romantismo sobre o corrompido sistema politico de Nápoles, em que o actor Rod Steiger tornou-se num homem de meios ilícitos que tenta subir na politica italiana. Tal obra foi antecedida por Os Traficantes (I Magliari, 1959) e Salvatore Giulano (1962), dois trabalhos que indiciavam a corrosiva força fílmica do cineasta. No caso do segundo foi consagrado com o Urso de Prata de Melhor Realizador do Festival de Berlim.

Felizes para Sempre (C’era una volta, 1967), O Caso Mattei (Il Caso Mattei, 1972), Cadáveres Incómodos (Cadaveri Eccelenti, 1976), Carmen (1984) e A Trégua (La Trégua, 1997), o seu último projecto, com John Turturro no papel principal, são algumas obras que se destacam na sua longa carreira. Para além dos prémios referidos, destaca-se o BAFTA de Melhor Filme de Língua Estrangeira por Carmen em 1986, a Palma de Ouro do Festival de Cannes pelo O Caso Mattei, o Prémio de Carreira do Festival de Veneza em 2012 e o Prémio Honorário do Festival de Berlim em 2008.

 

 

 

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