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Fantasporto: entrevista a Patrick Rea, realizador de «Arbor Demon»

O c7nema falou com Patrick Rea, cineasta norte-americano que consegue lançar longas e curtas todos os anos. De Nailbitter a Arbor Demon, Patrick é um entusiasta do género.

Arbor Demon, que estreou no Frightfest London e vai passar pelo Fantasporto, passa-se no meio de uma floresta e acompanha um casal de campistas que tem de lidar com criaturas.

Aqui ficam as suas palavras

Como tiveste a ideia para Arbor Demon?

Eu sempre fui um adepto de campismo, e há uns anos atrás eu e a minha mulher fomos acampar para um lago perto de Lawrence, no Kansas. A meio da noite, um casal que também por lá andava começou a discutir. No furor da exaltação, um deles veio até à nossa tenda e começou a insultar-nos também. Nós ficamos aterrorizados, e em brincadeira eu disse à minha mulher que este era o momento onde um monstro qualquer aparecia e apanhava o idiota.

Foi assim que começou a ideia deste filme. Anos mais tarde escrevi com a minha mulher, Michelle Davidson, enquanto ela estava grávida. Portanto, no filme podem encontrar muitas das nossas ansiedades.

Foi difícil filmar em exteriores, com mau tempo?

Filmamos tudo em apenas 12 dias. A meteorologia em Charleston, Carolina do Sul, cooperou muito. A principal dificuldade foi que em dezembro o sol baixava muito cedo por isso foi muito complicado conseguir filmar tudo o que era durante o dia.

Tivemos que iluminar artificialmente algumas cenas que filmamos à noite para parecerem dia.

Como foi que o Jake Busey e a Fiona Dourif entraram no projeto?

O nosso diretor de casting em Los Angeles sabia que tínhamos preferência por eles e enviou-lhes o guião. Como era uma rodagem muito curta para uma longa-metragem e eles gostaram da história, foi fácil trazê-los para a costa atlântica.

Como foi criado o monstro que vemos em ecrã?

Eu e a Michelle trabalhamos muito em como deveríamos abordar os monstros. Quando terminamos o conceito e alguns desenhos enviamos à Megan Areford (de efeitos do filme “Abbatoir”) e ela começou a criar versões do que pensamos em efeitos de maquilhagem físicos e próteses. Depois, juntos montámos como seria o monstro final, um meio termo entre o que pensamos e o que ela criou.

Tens feito filmes todos os anos? Como é possível?

Tenho tido muita sorte. Acabei de filmar um filme familiar o verão passado que está agora a ser editado. Tento fazer mais que uma curta por ano já que as longas demorar sempre vários anos a completar.
Eu também gosto muito de fazer curtas, não as excluo por fazer longas. Creio que é um conceito em si, e tenho apostado muito nisso.

De momento, Enclosure [nome pelo qual também é conhecido Arbor Demon] foi lançado nos EUA pela Gravitas Ventures e tenho apostado muito em promovê-lo. Em termos de financiar é diferente de projeto para projeto, mas creio que o fundamental é estar-se ativo e ir aparecendo sempre em frente das pessoas com coisas novas.


Jake Busey

Tens algum filme novo a caminho?

Estou a trabalhar com a Michelle num filme sobre amigos imaginários mas versão terror. Quero também fazer uma sequela de “Nailbiter“, a minha longa de maior sucesso que tem cada vez mais fãs já que integra a programação da Chiller TV nos EUA e do The Horror Channel no Reino Unido.

Conheces o Fantasporto?

Conheço muito bem, acho que quem gosta do género tem de o conhecer. Um professor meu na escola foi aí com um filme chamado “CSA: Confederate States of America” e adorou o festival e a cidade.
Tenho pena de não ir!

Enclosure de Patrick Rea é exibido sexta dia 3 de março, pelas 18h45.