Quarta-feira, 24 Abril

Entrevista a Miguel Guilherme, ator de «A Canção de Lisboa»

Provavelmente o ator mais empenhado no projeto “A Trilogias dos Clássicos“. Miguel Guilherme esteve presente desde o início com O Pátio das Cantigas, e lançou-se à comédia futebolística que fora O Leão da Estrela, sempre a “vestir” as personagens anteriormente interpretadas por António Silva. Segundo ele, este A Canção de Lisboa é a grande despedida da iniciativa que levou mais de 800 mil portugueses ao cinema. O C7nema falou com o ator sobre a sua experiência no projeto e os motivos que o fizeram permanecer na trilogia.
 
 
Como descreve a experiência que foi trabalhar nesta trilogia?
 
Foi uma experiência divertida, e no fundo como são três filmes, eles fazem parte da mesma experiência. Agora que terminei a trilogia, vejo-os somente como um projeto. Como já havia mencionado, diverti, mas também trabalhei muito, visto que o tempo de rodagem entre cada um dos filmes era muito curto. Conheci excelentes pessoas, entre as quais muitas que gostei de trabalhar, nomeadamente os dois realizadores, que antes da trilogia só tinha ouvido falar deles e nunca trabalhei diretamente, falo de Leonel Vieira e Pedro Varela. Reencontrei alguns atores que não via algum tempo, outros com quem nunca trabalhei, mas que sempre apetecera trabalhar. Basicamente, correu bem.
 
 
Quanto às suas personagens interpretadas ao longo da trilogia, tentou de certa forma evitar ser um “cosplay” de António Silva? Uma imitação?
 
Não, fui fazendo conforme os argumentos e os filmes, é claro. Há um, o qual não imito o António Silva, mas tento aproximar, que foi o Pátio das Cantigas. Depois, nos outros dois, afasto-me gradualmente da sombra do António Silva, e tento encontrar o ritmo de cada personagem, de cada filme, e dos respetivos argumentos.
 
 
Considera algum motivo para o sucesso desta trilogia? Será a nostalgia, ou existe alguma fórmula vencedora?
 
Não faço ideia. Acho que não existe um só motivo, mas sim com vários. Principalmente, a nostalgia é importante, o facto de ser cómico também ajuda, os atores que o compõem e até o próprio argumento. Tudo isso contribui para o sucesso ou não, de um filme, ou de uma peça. Neste caso, não só propriamente a melhor pessoa para analisar o porquê que as “coisas” tem sucesso ou não. O que eu quero acima de tudo é que as pessoas gostam, divertem-se e de facto, que tenha sucesso, mas isso são esperanças. Pode acontecer como pode não acontecer.
 
 
 
Se a trilogia prolonga-se, estaria decidido em “embarcar” em mais um filme?
 
Sim, há um clássico que gostava muito, o qual é bastante engraçado, que foi O Pai Tirano. Também não há muitos mais, no fundo resume-se a quatro ou cinco filmes pertencentes da chamada Idade do Ouro da Comédia Portuguesa, depois as “coisas” descambaram. Mas O Pai Tirano é um filme muito teatral, visto que aborda o teatro, e teria todo o gosto de fazer o filme. Entretanto, eu não sei porquê, não foi possível avançar com ele. Mas uma trilogia é uma trilogia, e pelo que percebo as “coisas” vão ficar encerradas. 
 
 
Quanto a novos projetos?
 
Tenho alguns em televisão, porém, não posso falar muito deles porque ainda não estão definidos. Em 2017, para além da televisão vou ter uma peça de teatro, mas ainda não encontrei encenador, não existe datas, nada ainda. Só posso dizer que é uma peça muito interessante, é de origem francesa, que eu gostaria que alguém encenasse e que levasse à cena.  
 
 

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