Quinta-feira, 28 Março

Entrevista com Ben Blaine e Chris Blaine, realizadores de «Nina Forever»

Holly está apaixonada. Perdeu-se de amores por Rob, que carrega uma nuvem negra de morte e desespero para onde quer que vá. Os amigos avisam-na; ele tornou-se uma tragédia ambulante desde que a namorada, Nina, morreu num acidente de viação há um ano e meio. Mas Holly, uma médica estagiária, está determinada em fazê-lo feliz outra vez. Eles começam uma relação e da primeira vez que dormem juntos, Nina surge debaixo dos lençóis ensanguentada, cadavérica, mas real. Contudo, Holly não foge, está habituada a lidar com mortos.

Estreado no South by Southwest deste ano, Nina Forever é realizado pelos irmãos britânicos Ben e Chris Blaine, os quais estarão presentes esta semana no Motelx.

O que deve o público do Motelx esperar de Nina Forever?

Nós tentamos capturar neste filme o que é sentimento de nojo, de luto. É uma experiência terrível mas ao mesmo tempo única e fantástica. Sentes tristeza e dor mas ao mesmo tempo alegria, luxúria, vergonha e terror. O filme tem um pouco de tudo isto, mas o ideal é mesmo que o público arrisque a ver o filme sem saber nada. É sempre a melhor forma, até porque creio que mudamos o rumo do que é esperado ao longo do filme várias vezes.

Como surgiu a ideia de fazer uma comédia de terror tão pouco usual?

Inicialmente todos estes temas abordados vieram da nossa vivência, de termos lidado com a perda e termos sido ajudados por outros. Existe muito no filme sobre como relacionamentos passados interferem com os presentes. Mas a chave do nosso filme é quando a Nina começa a falar apesar de morta. Foi uma ideia que só surgiu quando já estávamos a escrever o filme e que mudou tudo – a partir daí percebemos qual era a história que quase se escreveu sozinha.

No entanto, a personagem da Nina volta a mudar muito depois quando a atriz Fiona O’Shaughnessy entrou no projeto. Muito do que vemos no filme é mais trabalho dela do que nosso.

Vocês escreveram e realizaram juntos. É fácil trabalhar como equipa?

Sim, é uma alegria. Sempre trabalhamos assim. Partilhamos ideias e é assim que mantemos o trabalho dinâmico e com bom ritmo. Trabalhar em equipa mantém-nos concentrados. Quando se trabalha numa área criativa sozinho as coisas podem se perder, em ritmo e tempo, e até na visão. O trabalho pode só ser interessante para nós. O cinema não é uma arte feita em isolamento. O trabalho de equipa é o segredo. Se vamos trabalhar com atores, cinematografos, músicas etc. então porque não escrever e realizar em equipa?

Estão ansiosos pelo Motelx? Já vieram alguma vez a Portugal?

Estamos muito excitados por vir ao Motelx. Estivemos uma vez em Portugal numa despedida de solteiro mas não foi uma grande troca cultural – quer dizer, sempre ganhamos umas t-shirts num concurso de beber cerveja! Tem sido fantástico viajar pelo mundo com o nosso filme e ver como públicos diferentes reagem a ele. Pensamos sempre que o cinema é uma arte fechada mas a realidade é que os filmes funcionam de formas diferentes com públicos diferentes e ao vivo isso nota-se.

Têm novos projetos?

Sim, temos, mas para já não podemos falar muito deles. Temos um em particular que estamos com muita vontade de o escrever e que é um “thriller que não realidade não é um thriller, da mesma forma que Nina Forever não é um filme de terror. Vamos ver como evolui.

Data de Exibição

Quarta-feira, 9 setembro 2015, às 21h45

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