Quinta-feira, 25 Abril

Entrevista ao realizador de culto Albert Pyun

Entrevista conduzida por Marco António Freitas

Albert Pyun realizou mais de 30 filmes em 30 anos de carreira. Ele começou a demonstrar interesse pela sétima arte antes de atingir a puberdade, filmando pequenas curtas de aventuras em Super 8, nos anos 60. O tempo passou e o futuro cineasta foi convidado por um dos mais populares atores japoneses de todos os tempos, Toshiro Mifune, para estagiar por cerca de um ano na Terra do Sol Nascente. Pyun foi aprendiz do Diretor de Fotografia e cameraman Takao Saito, o favorito do realizador Akira Kurosawa (Sato e Kurosawa foram parceiros em vários clássicos, incluindo « Tengoku to jigoku» (Céu e Inferno) – Martin Scorsese tentou por alguns anos, angariar financiamento por uma refilmagem, a ser realizada por Walter Salles Júnior-, «Dodeskaden», «Kagemusha – A Sombra do Guerreiro», «Ran – Os Senhores da Guerra», etc).

Nos anos 80, ele estreou-se na realização com «A Espada e o Feiticeiro» (ainda considerado por grande parte dos fãs de sua filmografia, como o seu melhor trabalho); estrelado pelo galã Lee Horsley, que veio a protagonizar a série policial televisiva «Matt Houston»,  o talentoso ator shakesperiano Richard Lynch, vilão em «Invasão EUA» e «Inferno em Direto» – cut & run, do grande artesão italiano Ruggero Deodato. Alguns outros filmes que ele realizou foram: «Radioactive Dreams» (com Michael Dudikoff, -de «American Ninja»-, a recentemente falecida Lisa Blount – de «Oficial e Cavalheiro» -, e os veteranos Don Murray -de «A Conquista do Planeta dos Macacos» – e George Kennedy – vencedor do Óscar de 1968 pela sua atuação em «O Presidiário».

«Radioactive Dreams»

«Juventude em Fúria», lançado nos cinemas em 1986 com Eddie Peck (astro de «Lambada, Fogo na Noite» e «Curse 2 » (o segundo é uma sequência-só-em-nome de «The Curse», realizado por David Keith e com Lucio Fulci na produção); «Down Twisted», uma espécie de «Em busca da esmeralda perdida»,- protagonizado pelo falecido comediante Charlie Rocket, do programa Saturday Night Live-; «Alien from L.A»,  uma divertida aventura com a sex symbol Kathy Ireland (cenas extras filmadas por Albert foram usadas na longa metragem de 1989 da Cannon Films «Viagem ao Centro da Terra»«Cyborg», um dos primeiro filmes estrelados pelo belga Jean-Claude Van Damme (o filme foi tão popular entre aficionados do subgênero ´futuro-pós-hecatombe-nuclear` que gerou duas sequelas sem o envolvimento de Pyun).

«As Aventuras do Capitão América» (1990) foi uma adaptação live-action da personagem da banda-desenhada feita originalmente para o cinema, mas acabou lançada diretamente em Home Video e vale por ser uma das raras participações de Bill Mumy (da clássica série sessentista «Lost in Space») como ator. Depois veio «Bloodmatch» com Thom Mathews como protagonista, 4 anos antes do papel principal em  «Sexta-feira 13 – parte 6», e os lutadores profissionais Michael Quissi (o marroquino que interpretou Tong Po em «Kickboxer»), e Benny – The Jet – Urquidez (Dragões para Sempre).

«As Aventuras do Capitão América» (1990)

Entrando na década de 90, podemos destacar: «Kickboxer 2», com o carismático ex-modelo Sasha Mitchell. Já o terceiro filme da série, feito no Rio de Janeiro, não contou com Pyun na direção. mas o quarto foi feito por Albert (contou com participações especiais dos lutadores de jiu-jitsu brasileiros Rigan e John Machado (que apareceu em «Força em alerta 2») e do capoeirista Joselito Santo (de «A Arte de Vencer»); «Dollman», com o ex-comediante de stand-up Tim Thomerson (fazendo um papel com o nome Brick Bardo, o mesmo nome usado para personagens diferentes em 6 filmes de  Pyun), Jack Earle Haley (Jack, famoso na adolescência pela série de filmes de cinema «Bad News Bears – Um desastre de Equipa», estava, nessa época- início dos anos 90 -, com a carreira em baixa; em 2007, ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Secundário por  «Pecados Intimos»). Também no elenco, estava Kamala Lopez (antes de fazer o papel de esposa do seringueiro brasileiro Chico Mendes em «Amazónia em chamas»); «Nemesis», estrelado pelo expert parisiense em Kickboxing, Olivier Gruner, e com um elenco de apoio de fazer babar qualquer cinéfilo que se preze (Tim Thomerson, o falecido Brion James, do drama de ação «Dead man Walking», telefilme do diretor de filmes pornográficos Gregory Dark, a ex-Miss USA Deborah Shelton, de «Testemunhas de um Crime» etc)., teve três sequelas(!), todas realizadas por Pyun.

Kickboxing 2

«Força Imortal», uma aventura protagonizada pelo polémico comediante de stand-up  Andrew ´Dice´ Clay, Teri Hatcher (antes de «Lois & Clark – As Aventuras do Super-Homem») e Yuji Okumoto (fez outros cinco filmes com Pyun); «Guerreiro Cyborg» é um delirante filme de ação com o prolífico Lance Henriksen e o cantor e ator Kris Kristofferson, além do bom Gary Daniels, uma espécie de Van Damme menos cu$to$o´…«Hong Kong 97» e «A Demolidora» (o segundo com a ginasta Kristie Phillips e a ótima Sarah Douglas (de «Super-Homem» e «Super-Homem 2») são filmes de espionagem. «Heatseeker» é uma produção de baixo custo que mistura cyborgs com humanos lutando até a morte.

«O Grito da Liberdade» e «O Guerreiro Cibernético» são bem influenciados por westerns (o primeiro por EuroWesterns e também pela série italiana de filmes para cinema «Thunder», com Mark Gregory – também conhecido pelo seu nome de batismo, Marco Di Gregorio- , o segundo por Leone e «Shane»); «Adrenalina» é um entediante filme de suspense, na minha opinião; «Caça ao Serial Killer» foi protagonizado por Charlie Sheen – assinando Charles em alguns paises – e logo depois, «A Nova Máfia», um filme policial rodado na República Checa com o ex-galã dos anos 80, Rob Lowe («O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas») e os atores-diretores Burt Reynolds («Brigada Anti-Crime») e Mario Van Peebles (realizador e ator do western com elenco quase que inteiramente afroamericano « A Vingança de Jessie Lee»).

No fim da década de 90, Pyun fez três filmes com rappers (realizados em mídia digital) no subgênero Urban Drama (filmes passados nos guetos afroamericanos): «Urban Menace», «Corrupt», «The Wrecking Crew»; Nos anos 2000, o cineasta executou longas-metragens em suporte digital, como «Entregue à Morte» (filmado na Argentina), «Road To Hell» e «Tales of na Ancient Empire», com inúmeros filmes nos mais variados estágios de finalização.
Já tendo trocado emails com o cineasta há alguns anos, convidei Albert para uma entrevista e ele, mesmo ocupadíssimo, gentilmente aceitou…confira:

 Você era um entusiasta pelo cinema durante a sua infância no Havai?
 Oh, sim! Eu tentava assistir a tudo especialmente filmes feitos europeus e produções asiáticas que eram populares no Havai.

Quais foram algumas de suas memórias cinemáticas mais antigas?

Recordo-me de um cinema que o estúdio japonês Toho construiu (nota do entrevistador: Toho Company Ltd. é uma empresa nipónica, produtora e distribuidora de filmes, dona de cinemas ao redor do mundo que fez vários filmes do género Tokusatsu – temas fantásticos com efeitos especiais- e do seu subgénero Kaiju – filmes com monstros – como os protagonizados pelas populares criaturas Godzilla, Mothra, King Ghidorah, Rodan, etc) que tinha o design e uma atmosfera de um templo. Era mágico assisitir a filmes lá dentro. Lá eu vi «Dr. No», «Da Rússia com Amor» em sessão dupla e aquilo me impactou. Anos depois, «2001: Odisseia no Espaço» e «Por Um Punhado de Dólares» me deixaram impressionado com o seu visual e sensibilidades criativas e originais. Eu acho que o meu estilo de filmar foi muito influenciado por obras de Jean-Luc Godard, Buñuel, Leone. Eu sempre amei os filmes deles. Sempre foi muito entusiasmante para mim vê-los ir além do convencional.

Quais foram as mais importantes lições que você aprendeu com Akira Kurosawa?

 Estar preparado e focado. O lado artístico eu aprendi com o Diretor de Fotografia Takao Saito. Ele ensinou-me muito sobre como utilizar a composição e cor para contar uma história e nos mostrar personagens.

Como você se tornou um pupilo do lendário astro Toshiro Mifune?

 Ele viu uma curta amadora que fiz e sabia que era difícil para um asiático vencer na indústria de Hollywood na época. Daí ele decidiu apoiar-me de verdade no meu sonho de me tornar um cineasta.

Fale sobre a influência que o Cinema do subgénero Peplum (nota do entrevistador: épicos tratando de temas históricos e/ou bíblicos, realizados na Itália entre 1957 até 1965), e, o subgénero ´primo´ desse, ´Sword-and-Sorcery´ (nota do entrevistador: ´Espada-e-Bruxaria´, filmes inspirados em literatura de baixo custo dos anos 50 e 60, muitas vezes lidando com mitologia grega e/ou Italiana) tiveram em você quando preparava  «A Espada e o Feiticeiro», já que o senhor foi um dos argumentistas?

Esses filmes não me influenciaram. Eu nunca fui fã daquele tipo de filmes de fantasia com q personagem Sinbad. Na verdade, a versão de «Os Três Mosqueteiros», realizado por Richard Lester (nota do entrevistador: superprodução filmada na Europa ao redor de 1972, realizada pelo expatriado norteamericano que dirigiu os dois filmes dos Beatles e no fim dos anos 70, substituiu Richard Donner em «Super-Homem 2») e «O Leão e o Vento», de John Milius (nota: filmado no deserto espanhol da Almeria – onde foram filmados alguns dos maiores clássicos italianos de faroeste -, este épico lançado em 1975, com Sean Connery trata do tema Diplomacia Internacional Versus Intervenção Militar´) foram as minhas mais fortes influências em «A Espada e o Feiticeiro».

Os dois protagonistas em «Radioactive Dreams» agem como se não pertencessem à era futurista em que vivem Os seus filmes, na maioria das vezes, se passam em diferentes eras/civilizações. Dá para deduzir que existe um paralelo entre isso e o senhor?

Acho que há, sim. Eu sempre me senti ´fora´ do que rola no mundo do Cinema mas nunca tanto como hoje em dia! As coisas mudaram tanto desde que eu comecei a fazer filmes que eu acho que estou ´fora de lugar’. Sou meio uma ´relíquia´. A razão que me leva a escolher diferentes eras e civilizações é que eu sempre me atraí pela ideia de criar um universo a partir da minha imaginação. Não o mundo ´do jeito que ele é´, mas sim ´da forma como poderia ser´.

Os seus filmes possuem um ´look´ bem particular. O seu mais frequente Diretor de Fotografia é George Mooradian (além de fotografar mais de vinte filmes de Albert, filmou « Prisoner of Rio»- baseado na vida do famoso ladrão inglês Ronnie Biggs -, com um elenco estelar que incluiu Paul Freeman – «Os Salteadores da Arca Perdida» -, Steven Berkoff – « 007 – Operação Tentáculo»-, José Wilker («Dona Flor e os Seus Dois Maridos», Florinda Bolkan (Non si sevizia un paperino). Conte um pouco sobre essa sua parceria criando a ´atmosfera´ dos seus projetos.

A colaboração com o George sempre foi muito produtiva e empolgante. Nós dois vemos o mundo com os mesmos olhos! Ambos acreditamos que contar histórias deve ser algo bem ´visual´. O George é destemido e agressivo na sua fotografia. Ele filmou algumas cenas para mim no meu recente «Tales of na Ancient Empire». Nós dois somos ´perigosos´ juntos! Quando crio um look, busco no argumento algum tema ou significado subjetivo que me ajudem a elaborar o lado visual.

«Cyborg»

 «O Grito da Liberdade», «Cyborg», «O Guerreiro Cibernético» e «Guerreiro Cyborg» e partes da série de filmes «Nemesis» possuem um clima que lembra os Westerns italianos, ainda que não se passem no Velho Oeste. Fale um pouco sobre as suas influências nos EuroWesterns.

 Sim, todos eles foram influenciados pelo estilo operático e teatral de Leone. O meu recente filme, «Entregue à Morte», também é.

«Dados Viciados lembra muito alguns filmes de ação chineses, com movimentação de câmara frenética e cenas de tiroteio intensas. «Bloodmatch»,«Kickboxer 2» e 4 são filmes de artes marciais. Que cineastas chineses o senhor emula com mais frequência?

 King Hu (nota do entrevistador: realizador, argumentista e cenógrafo que revolucionou os filmes Wuxia -tramas com artes marciais-, com o clássico sessentista «Da zui xia»), foi uma grande influência, bem como o Tsui Hark (nota do entrevistador: apelidado por alguns de “O Spielberg Asiático” – pelos seus temas fantásticos com elaborados efeitos especiais -, é um dos maiores nomes da chamada Era de Ouro do Cinema Chinês, o período entre o fim dos anos 70 até o meio dos anos 90- ele realizou filmes como «Os Guerreiros da Montanha» e «Protetores do Universo»), e a criatividade de Raymond Chow (nota: prolífico produtor e empresário de Hong Kong, Chow é o dono da Golden Harvest, uma das primeiras companhias asiáticas a entrarem no mercado cinematográfico ocidental)

Muito se falou na imprensa sobre produtores e/ou distribuidores interferindo nos seus filmes. «Ticker – Ameaça Infernal», protagonizado por Steven Seagal, Dennis Hopper e Tom Sizemore, por exemplo, teria sido reemontado à sua revelia. O que realmente ocorreu ali?

Na última hora, o nosso orçamento foi cortado para metade.Não o orçamento referente aos salários dos atores mas o das filmagens. Tivemos, então, que cortar o número de dias programado para filmagens e assim, perdemos a maioria das cenas de ação mais elaboradas que teríamos para fazer. O que eu ouvi dizer é que a intenção foi de me prejudicar e fazer com que a Nu Image (nota do entrevistador: Nu Image/Millennium Films, produtora criada na década de 90 pelo israelita Avi Lerner em sociedade com Danny Dimbort, Trevor Short e Danny Lerner, especializada em filmes de ação, no estilo da falida Cannon Films – vários empregados da Cannon trabalham hoje para a Nu Image) tomasse conta do projeto e completasse tudo com cenas de outros filmes deles. Foi uma experiência amarga para mim.

Nos anos 80, ao ficar a saber que a produtora Cannon Films tinha os direitos – que estavam para expirar – de levar «O Homem Aranha» para os cinemas e os direitos para fazer uma sequela para «Masters do Universo», o senhor ofereceu-se para realizar ambos simultaneamente. Cenários simulando prédios de Nova Iorque foram construídos na Carolina do Norte e o orçamento seria de 6 milhões de dólares; os cenários e vestuário para «Masters do Universo 2» foram feitos – o orçamento seria de 4.5 milhões de dólares – a ideia era de filmar parte de «O Homem Aranha»- cenas com um franzino Parker antes de ser picado – daí filmar 6 semanas de «Masters», sendo que nesse intervalo, o ator de «Homem Aranha» treinaria muito para ficar musculoso. Depois das filmagens de «Masters do Universo  2», as de «O Homem-Aranha» continuariam. Porém, logo antes de se iniciarem as filmagens, descobriu-se que os cheques relativos aos direitos para a Marvel – empresa detentora dos direitos do aracnídeo – não tinham fundos, o que cancelou tudo e que a Cannon também devia muito dinheiro à Mattel – empresa de brinquedos, detentora dos direitos de He-man. Já tendo gasto mais de 2 milhões de dólares em cenários e roupas, a Cannon quis aproveitar tudo aquilo e fazer um filme baratinho. Pyun criou uma história no fim de semana e chamou Don Michael Paul – ator de «Duelo no Assfalto» – para polir o argumento (Don, anos depois, escreveu «Harley Davidson e Marlboro Man» e «Duro de Matar», filme que também realizou) – esse filme ´baratinho` foi então filmado com Van Damme e chamou-se «Cyborg».

Anos depois, como todos sabem, superproduções baseadas no herói da Marvel foram feitas, tendo Tobey Maguire encabeçando o elenco. O senhor viu os Homem-Aranha realizados, anos depois, por Sam Raimi? O que achou deles?

Gostei. Do Raimi, o que eu mais gosto é o western «Rápida e Mortal».

O realizador John Stockwell (ator em «Christine», « Só se Perde Uma Vez» e  realizador, entre outros títulos, do sensacional filme para a HBO, «Cheaters», debutou numa função atrás das câmaras com o senhor, quando ele coescreveu em 1985 o argumento de «Juventude em Fúria». Como foi a sua experiência de trabalhar com Stockwell?

Bem, John é uma pessoa bem inteligente e um artista de talento. Eu gostei de trabalhar com ele pois ele é talentosamente agressivo, tem ideias criativas e tem coragem de tentar. Ele também é dedicado e trabalha duro, algo que eu admiro.

Norbert Weisser (também conhecido por «O Expresso da Meia Noite»), Thom Mathews («O Regresso dos Mortos Vivos» e « O Regresso dos Mortos Vivos 2»), Nicholas Guest (coprotagonizou « My Daughter’s Keeper», com a sexy portuguesa Ana Padrão), Scott Paulin (Amigos e Detetives), e o surfista Vince Klyn são alguns atores que atuaram para o senhor em várias ocasiões. Conte como é trabalhar com essa espécie de Pyun Stock Company/´Companhia de Atores de Albert Pyun´.

Primeiro, o que busco é o talento e a presença cénica que eles trazem aos seus papéis. Eu gosto de Norbert (nota do entrevistador: o ator alemão fez com Pyun 15 filmes), pela sua honestidade e audácia; Scott (nota do entrevistador: 6 filmes com Pyun) pelo intelecto e ponto-de-vista criativo, Thom (nota do entrevistador: rodou 11 filmes com Pyun), pelo seu humor e flexiblidade, Nicholas (nota do entrevistador: 9 filmes) pelo profissionalismo e senso de humor ácido e Vince (nota do entrevistador: 11 filmes) pela sua fisicalidade. Os meus projetos são filmados em tão pouco tempo que eu preciso contar com a habilidade deles de se prepararem para os papéis.

Como o senhor poderia descrever, em poucas palavras, a sua experiência de trabalhar com a produtora independente Cannon Films, dos primos israelitas Menahem e Yoram Globus (nota do entrevistador: Menahem adotou o sobrenome ´artístico´ Golan em homenagem às colinas de mesmo nome, localizadas entre Israel, Síria, Líbano e Jordânia).

 Bem, foi uma loucura. A minha primeira experiência  com uma espécie de grande estúdio. Foi entusiasmante pois eles tinham filmes e mais filmes programados para ser feitos. Uma vez que os problemas financeiros se agravaram, parou de ser ´divertido´ e passou a ser ´melancólico.

«Estrada de Fogo» (realizado por Walter Hill), e o seu «A Espada e o Feiticeiro» são longas metragens com legiões de fãs ao redor do mundo, verdadeiros filmes de culto. O senhor recentemente filmou duas ´semis sequelas´ desses filmes: respetivamente, «Road to Hell» e «Tales of na Ancient Empire» (Nota do entrevistador: , «Road to Hell», com Michael Paré, o protagonista de «Estrada de Fogo», é uma´continuação disfarçada´ de «Estrada de Fogo» – a personagem é baseada na mesma do filme anterior, mas Pyun não detinha os direitos sa personagem – e «Tales». é uma espécie de continuação. segundo o cineasta, do seu «A Espada e os Bárbaro», revisitando o mesmo mundo de fantasia. Ambos feitos mais de 20 anos depois dos originais). Considerando os anos que se passaram desde que os originais, foram lançados nos cinemas e depois em VHS, o senhor pensa que as plateias dos dias de hoje se interessarão nos filmes?

Espero que sim! Havia magia nesses filmes nos anos 80, uma magia desconhecida pelo público de hoje. Assim, a experiência de vê-los será refrescante e divertida! 

Grato pela atenção, Sr. Pyun.
 Obrigado pelo seu interesse e apoio!

Entrevista conduzida por Marco António Freitas

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