Criado por Akira Toryama em 1984, Dragon Ball tornou-se num mais bem sucedidos produtos importados da terra do Sol Nascente – desde uma manga até a um novelesco anime que contagiou gerações e que ainda hoje integra uma parte importante da cultura pop dos anos 90. Obviamente, que o conceito Dragon Ball não é novo para muitos dos nossos leitores, que devem relembrar os tempos de infância passados em frente ao televisor e do seu exaustivo merchandise. 
Contudo, após um final algo decadente em meados de 90 com a série GT, onde o autor original não quis fazer parte, o fenómeno animado encontrou novo fôlego em 2013 com o filme Battle of Gods, que expandia todo o Universo Dragon Ball, culminando numa outra longa-metragem que literalmente ressuscita um dos rivais do nosso herói Son Goku, e uma série gerada a partir daí sob o sufixo de Super que voltaria a colocar este franchise nos tops de audiências no Japão e no resto do Mundo (os últimos episódios desta nova série chegaram a ser transmitidas em locais públicos como eventos sociais em diferentes partes do Mundo). 
Enquanto a Toei (o estúdio / casa mãe) promete novas aventuras de Son Goku e da sua trupe, eis que chega um novo filme que colocará em cheque todo o “world building” construído até então. Convém salientar que todo este refrescante fôlego conta com a imaginação e autoria do seu pai original – Toryama – que aprovou nesta nova estância cinematográfica a canonização de uma das personagens mais queridas dos fãs: o super guerreiro Broly. 
Não existe muito para dizer de um produto que ressurge como um fan service, condensando todos os elementos que tornaram a série famosa e criando euforias em velhos e novos fãs. Dragon Ball Super: Broly é um aquecimento para os novos projetos na agenda da Toei, sem com isso reduzi-lo a um mero aperitivo, porque a sua hiperativa animação (com excelente grafismo) recoloca este episódio “standalone” acima de uma típica conversão a grande tela do habitué.
É soberbamente coreografado, conseguindo jogar com a animação tradicional e com o CGI (cada vez mais implantado nestas produções), que se vai fundindo dando asas a um verdadeiro exercício de estilo. Tatsuya Nagamine, realizador nada maçarico nestas andanças de anime ao cinema, consegue solidificar com humor e um certo  tom trágico ao enredo reduzido a um mero confronto de grande escala.
Sim, é um filme de ação como muitos poucos, mesmo se apresentando como uma animação. Mas que, fora isso, é um “darling” para fãs e somente eles compreenderão a dimensão deste tomo.