Sexta-feira, 26 Abril

«A-X-L: Uma Amizade Extraordinária» por Jorge Pereira

Os “patudos” têm encontrado espaço nos cinemas desde que obras como Lassie conquistaram multidões. Depois disso, têm sido às dezenas os cães que fazem a sua história nas salas, seja Beethoven, k9, os 101 Dalmatas, Bolt, Hachiko, Marmaduke ou Marley. Comédias, dramas, animações, filmes de ação ou até dramas candidatos aos Oscares (Ilha dos Cães, por exemplo). Ainda recentemente, Dog Days passou pelas nossas salas e chega agora a vez de A-X-L: Uma Amizade Extraordinária, uma versão estendida de uma curta metragem que o argumentista e realizador Oliver Daly executou em 2015.

Entre o filme adolescente, o romance e a ação, A-X-L tem como única curiosidade o facto de estarmos perante um cão robótico desenvolvido para fins militares (“o cão de guerra” do futuro) mas que acaba por fazer amizade com um jovem. No fundo, parece uma versão doce e teen do episódio “Metalhead” da última temporada de Black Mirror, o qual se inspirava em protótipos reais desenvolvidos pelas Boston Dynamics apelidados de BigDog.

Como seria de esperar, o protótipo A-X-L tem alguns bugs, facto que o cientista Andric (Dominic Rains) vai aproveitar para testar junto dos humanos, na forma de um aspirante a piloto de motocross com todas as marcas de rebeldia da idade. Fora as cenas do cão, estamos perante um filme bastante genérico, com paixonetas adolescentes, desavenças familiares que afastam potenciais amantes (qual Romeu e Julieta, qual quê), e ambições de vida tratadas superficialmente para adolescente ver, engolir e cuspir à mesma velocidade.

Quando os militares perseguem o jovem e o seu cão, parece que os anos 80 invadiram o ecrã com meios e linguagem moderna mais TV que Cinema, com tiques de ET, Jogos de Guerra, Curto-Circuito e até Terminator a serem evidentes, tornando tudo isto numa salganhada derivativa sem grandes nostalgias e com quase nada para dizer ou acrescentar.


Jorge Pereira

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