Sábado, 20 Abril

«Jumanji: Bem-Vindos à Selva» por Jorge Pereira

 

Estávamos em 1995 quando surgiu nas salas Jumanji, um filme que assentava numa aventura entre a floresta e a cidade, o dentro e fora de um jogo de tabuleiro e os perigos do mesmo serem trazidos para realidade. A isto acrescentava-se um toque emocional (e natalício) de reencontros onde o falecido Robin Williams dava um ar da sua graça no papel de Alan Parrish, um miúdo ficara preso no jogo título entregue aos mais diversos perigos. Baseado no livro infantil de Van Allsburg, dez anos depois deste lançamento surgiu um outro filme espiritualmente ligado ao conceito, mas que fracassou completamente no box-office: Zathura.

Chegamos então a 2017, 22 anos depois do filme de Joe Johnston, altura em que surge agora nas salas uma sequela sem grande ligação ao primeiro filme, toda ela com um elenco renovado, novos desafios e problemas.

Quatro estudantes de liceu são colocados de castigo numa sala empoeirada onde vão descobrir uma consola com um jogo chamado Jumanji. Sem perceberem bem o que se passa, eles ligam o aparelho, escolhem personagens e dão por si numa floresta onde terão de terminar com uma maldição e sobreviver aos inúmeros perigos. Se o seu físico e habilidades agora é o das personagens do jogo, espiritualmente eles continuam a ser os adolescentes, sendo assim obrigados a superarem os seus medos e frustrações para completar a missão, sobreviverem e voltarem ao mundo real.

Ao Jumanji original adicione-se uma boa dose de Breakfast Club- O Clube, uma pitada de qualquer filme com troca de corpos (Big; Um Dia de Doidos; De Repente, Já nos 30!), e suficientes doses da linguagem e regras gerais dos videojogos.

Jumanji – Welcome to The Jungle é isso mesmo, um filme de retalhos de ideias sem originalidade, quer no enredo, quer na ação propriamente dita, e até nos dramas adolescentes das personagens, onde não faltam nerds, populares, introvertidas marronas e beldades superficiais que através dos desafios do jogo e trabalhando em conjunto vão aprender “grandes lições de vida” (muita psicologia de algibeira teen, convenha-se).

No fundo, este novo Jumanji – tal como o primeiro – é um filme de entretenimento ligeiro e limitado, como os videojogos dos anos 80 e 90, com um humor e uma ação muito agarrada ao estilo habitual dos papéis que The Rock, Kevin Hart e Jack Black desempenham no Cinema, sendo a componente de aventura extremamente derivativa, onde até não faltam vilões que parecem saídos de Mad Max a pisar terrenos de Em Busca de uma Esmeralda Perdida.

Dispensável.


Jorge Pereira

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