- C7nema.net - https://c7nema.net -

«Max Steel» por Jorge Pereira

 

Há muito que o cinema se verga à ditadura capitalista das vendas de merchandise e, tal como GI Joe, Max Steel é mais um veículo publicitário cujo principal objetivo é capitalizar as vendas da franquia de bonecos de ação da Mattel, do que em construir um legado cinematográfico que abranja várias gerações. Estranha-se nisto [e pensado apenas no “pilim”] a falta de visão generalizada, focando-se o filme num alvo profundamente juvenil e acrítico, desperdiçando-se as gerações mais adultas.

Com muita falta de ousadia e com o alvo demográfico bem definido, assistimos neste projeto da Paramount a fórmulas atrás de fórmulas que em nenhum momento arriscam o que quer que seja. Isso é ainda mais evidente quando somos apresentados ao nosso herói, Max McGrath (Ben Winchell), um daqueles rapazes capazes de encher as paredes dos quartos das adolescentes, mas que quando está em cena parece só ter uma unica expressão: estupefacção. Claro está que temos também um malfeitor (Andy Garcia, em modo de piloto automático), uma mãe extremosa que tem segredos para revelar (Maria Bello), um interesse amoroso (Ana Villafane), e um sideckick robótico capaz de funcionar como o comic relief (a prenda “perfeita” na sua forma de adereço do franchise de bonecos).

Durante hora e meia o espectador assiste pois ao esquema mais básico dos filmes de super-heróis: a descoberta do poder, os limites e dilemas deste, a luta para salvar o mundo e o combate interno do nosso herói para se conhecer melhor a si e ao passado dos seus familiares. Tudo “embelezado” por sequências de ação extremamente trabalhadas no campo dos efeitos visuais e sonoros, mas sem grandes avanços ou novidades na área.

Quanto ao enredo? Esse está relegado para um 2º ou 3º plano, pois o que interessa aqui é vender bonecos, e não uma história. E nisso o filme é exímio.

O Melhor: A química existente entre Max e o seu sidekick.
O Pior: Esquemático, pouco interessante e derivativo

 


Jorge Pereira