Para Selene (Kate Beckinsale) esta guerra entre vampiros e licantropos perdura há séculos, para o espectador, contando com 5 filmes, o conflito prolonga-se mais tempo que uma das duas Guerras Mundiais. A verdade é que ninguém pediu um novo filme de “Underworld”. O último, que apesar do êxito, deitou por terra qualquer hipótese de inovação que pudesse culminar, o que era difícil, visto que o primeiro filme era tudo, excepto sofisticado.

E assim seguimos, mais um leque de cartas embaralhadas com personagens descartáveis, situações inconsequentes e toda uma ênfase dramática que nunca chega verdadeiramente a conduzir-nos. Muda-se os vilões, mas a existência é a mesma, uma guerra sem motivos algum num filme que perdeu de vez o esforçado profissionalismo do seu original, datado de 2003. Até porque nessa altura, Len Wiseman havia declarado um adepto das sagas dos monstros clássicos da Universal Pictures e até mesmo de um certo filme de John Landis, o qual emprestou muito dos seus efeitos práticos. Todavia, com quatros filmes à frente, só Kate Beckinsale sobrevive do elenco original, esse artesanato no ramo dos efeitos visuais é substituído por nada mais, nada menos que os preguiçosos CGI, e como tal pergunta-se, o que verdadeiramente nos espera este “Blood Wars”?

Um videojogo apressado, carente e castrado, mesmo que sinta alguma ousadia, principalmente em comparação com abominável quarto filme (“Awakening”). Nesse aspecto, são as mulheres a darem o melhor neste episódio esquecível, seja o esforço de Beckinsale (atenção, a atriz teve em 2016, mais precisamente em “Love & Friendship“, um dos seus melhores desempenhos de carreira) ou da vilã, Lara Pulver, a servir de um modelo “carmeliano“. Enfim, o resto, sente-se no automatismo da intriga, nos plot twists esforçados, e pouco mais. É para ver e chorar por menos, rezando que não se prolongue uma saga que já viveu melhores dias.

Pontuação Geral
Hugo Gomes
underworld-blood-wars-hugo-gomesMais do mesmo, nesta altura do campeonato e tendo em consideração o preço dos bilhetes é o pior defeito que se pode atribuir.