Sábado, 20 Abril

«Fantastic Beasts and Where to Find Them» (Monstros Fantásticos & Onde Encontrá-los) por Hugo Gomes

Vamos caçar Pokémons … peço desculpa … “Criaturas Fantásticas”!

Cinco antes depois do encerramento da saga Harry Potter, que no cinema, como nas livrarias, encantou gerações e as fez fascinar pelo Mundo da Feitiçaria, uma fórmula que fortunas deu a sua mentora, J.K. Rowlings, chega-nos outra adaptação de um Universo que não teima em deixar-nos. Monstros Fantásticos & Onde Encontrá-los, é a conversão de um livro para cinco filmes, com a escritora a assumir-se como argumentista de uma saga que vem apelar aos repetentes, assim como as novas audiências, provavelmente tendo em conta este formato, os viciados da aplicação Pokémon.

Pois, leram bem, Newt Scamander (interpretado por Eddie Redmayne), é um estudioso em criaturas mágicas que após um pequeno acidente perde alguns dos seus exemplares em Nova Iorque. O objetivo, e grande conflito do filme, trata-se obviamente de encontrá-lo e reavê-los ao respetivo cativeiro. Obviamente, como pano de fundo existe uma conspiração e mais um “dark lord” a ameaçar a existência do nosso novo herói, assim como a comunidade de feiticeiros, que para mal dos seus pecados ainda tem que se preocupar com “muggles” (os humanos normais, aqui sob o termo “no-mags“), que desejam regressar aos tempos da inquisição. O argumento tenta conciliar o cinema espectáculo sob fórmulas recentemente identificáveis, até ao fan service em doses mínimas (não vamos exagerar como os filmes da Marvel nem os da DC).

Fantastic Beasts and Where to Find Them é todo aquele mimo visual, pomposo e oleado já habitual na saga da Warner Bros., e o facto de David Yates estar novamente nas rédeas deste Universo Hogwartiano é uma evidencia de que o maior interesse dos estúdios é conectar este novo segmento aos parâmetros do definido franchise. Porém, esta nova aventura, agora centrada num herói mais carismático que o anterior Harry Potter (não era preciso muito), é uma prova de que o cinema blockbuster encontra-se mais que homogéneo, com estruturas narrativas industrializadas e agendas de condensação no ponto máximo.

Não importa a temática, o registo é formatado, respeitando os parâmetros básicos do argumento academista e das tendências de mercado. Por exemplo, temos um estapafúrdio de conflito final a dar a lide aos efeitos visuais e à sonoplastia de “parte-pratos“. Todo este primeiro capítulo nos deixa um certo sabor de “revisto“, mas a verdade é que até podemos “encontrar” qualidades aqui, deixo só o aviso, não são “fantásticos“.

Há um enriquecimento por parte do elenco, assim como o esforço em compor personagens, ultrapassando-as do mero cartão (vale sublinhar a palavra “esforço“), e um bem-conseguido comic relief por parte Dan Fogler. Outro factor que nos faz visualizar com certo agrado este primeiro tomo, é que o filme de David Yates funciona num todo, ou seja, não ostenta imperativos cliffhangers para futuros capítulos … Contudo, vamos tê-los, sim senhor, de certeza que vamos tê-los.

O melhor – O elenco

O pior –a Oeste nada de novo” 

Hugo Gomes

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