Quinta-feira, 28 Março

«Star Trek Beyond» (Star Trek: Além do Universo) por Hugo Gomes

 

Depois de minar dois Star Treks com os seus len flares, J.J. Abrams partiu para outra “galáxia” mas a sua presença reside na produção destas novas aventuras da USS Enterprise. No lugar do leme chega-nos então Justin Lin, o responsável por trazer mais velocidade e vitalidade a uma outra saga milionária – Fast & Furious – tornou-se então o capataz do provavelmente mais energético de toda o universo Star Trek.

Enquanto que a ideia dos envolvidos nesta nova saga “trekkie” foi trazer mais de Star Wars do que propriamente o franchise que acompanha o cinema desde 1979 (pois, tudo começou com um inteligente filme de Robert Wise, mas antes existia a série televisiva), este Além do Universo funciona como uma equação perfeita para tal requerida fórmula, é o “mexidoblockuster de Verão, sem astúcia e muita estética. Uma aventura galáctica imensa de efeitos visuais, correrias, batalhas “navais” e aquilo que poderemos caracterizar de “artes marciais” interestelares, sim, é um anti-Star Trek, tal como fora o anterior de Abrams, Além da Escuridão.

Só que ao contrário do filme de 2013, o vilão não consegue realmente prender-nos, aliás se isto fosse uma crítica em inglês se poderia utilizar o termo “lame“… apesar de Idris Elba dar “corpo” a este antagonista. O resto, devemos salientar, é mais do mesmo (bem, como estou tão farto de dizer isto). Um argumento reciclado onde sobra-nos um twist a meio da intriga (um “gancho” para iminentes capítulos), alguns atores esforçados nas suas personificações (Zachary Quinto é, apesar de tudo, uma boa alternativa de Leonard Nimoy) e por fim, umas homenagens, quer acidentais, quer planeadas, de algumas personalidades e personagens que marcaram esta saga além fronteiras. Leonardo Nimoy (obviamente), o recém-falecido Anton Yelchin, toda a antiga tripulação do Enterprise e um tributo à orientação sexual de George Takei, o original Sulu, incorporado na reencarnação de John Cho.

Enfim, tínhamos tudo para deparar-nos com um agradável aventura cósmica, assim como muitos capítulos de Star Trek conseguiram invocar, mas as tentativas de tornar esta mesma saga num “refeitório geral” fez com que um legado caminhasse para uma variação de Velocidade Furiosa nas estrelas. Confirma-se, até à data é o pior do Reinado de J.J. Abrams.

O melhor – Recordar os “clássicos” através de alguns déjà vus

O pior – O ritmo frenético que condensa a narrativa e a relação entre personagens

Hugo Gomes

 

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