Quarta-feira, 24 Abril

«London Has Fallen» (Assalto a Londres) por Duarte Mata

Ao menos isto: o realizador desconhecido Babak Najafi supera o enfadonho Antoine Fuqua na medida em que ainda possui alguma ideia que é um prazer ver concretizada (melhor cena: um plano-sequência de poucos minutos onde a câmara segue várias personagens num tiroteio aceso). Mas Assalto a Londres, a sequela a Assalto à Casa Branca, mantém-se como um exercício de ação banal, idêntico a tantos outros, com um CGI medíocre em abundância a substituir os pirotécnicos, patriotismo republicano aka “sentido de dever”/”honra” como principais mensagens a seguir por cada singelo elemento dos Estados Unidos (até sacrificam-se helicópteros pelo bem estar do presidente) e perseguições a alta velocidade que menosprezam a cidade onde decorrem.

A intriga é apenas um ponto de partida para a testosterona exibicionista de Gerald Butler (sem ironias, ótima e genuína estrela de ação, fazendo quase sempre os seus próprios stunts) e, nem por isso particularmente empolgante: a morte do primeiro-ministro inglês leva à reunião dos grandes líderes mundiais na capital londrina. Obviamente que há terroristas por trás e o único do conjunto que terá o pescoço safo é o dos EUA (Eckhart), outra vez protegido a todo o custo pelo seu chefe de segurança (Butler).

O mais engraçado (e será muito melhor se o filme for visto desta maneira) são as sugestões homoeróticas que parecem estar presentes entre os dois protagonistas, com frases como “Finalmente saiu do armário” (a única frase bem pensada) ou “Prepare-se para o impacto, sr. Presidente“. Mas, conforme já dissemos, é previsível e indiferente, até mesmo para Morgan Freeman ou Melissa Leo que aqui são mais cameos do que personagens. Entretém e não é insuportável de se ver, mas não deixa qualquer mossa, principalmente quando quer apostar na ingenuidade do espectador. Mas quem quer saber da credibilidade das pipocadas de hoje em dia?

O melhor: A toughness de Gerard Butler e a cena do plano-sequência. Não é insuportável.
O pior: O desaproveitamento de Freeman e Leo. Indistinto de outros exercícios semelhantes.


Duarte Mata

 

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