Sexta-feira, 29 Março

«The Good Dinosaur» (A Viagem de Arlo) por José Pedro Lopes

É um pouco constrangedor, por isso o ideal é começar mesmo pela constatação: A Viagem de Arlo é o pior filme da história da Pixar. Para não deixar grandes dúvidas, não tenho qualquer pudor em dizer que Carros, Monstros e Companhia e Diverta-Mente são dos meus filmes de animação favoritos, que Up-Altamente e Wall-E têm momentos geniais, e que… Monstros A Universidadee e Carros 2 são tão medíocres quanto qualquer sequela desnecessária criada por um estúdio rival.

Mas A Viagem de Arlo consegue mesmo assim ultrapassar o termo mediocre e ser um filme vergonhosamente mau – algo que não surpreende considerando a sua produção inacabável e atribulada, cheia de despedimentos e que criou uma crise financeira no braço forte da animação da Disney.

Esta aventura passada na era dos Dinossauros (à cabeça um “setup” do menos original que a Pixar nos ofereceu) carece da magia de narrativas semelhantes (como o clássico Em Busca do Vale Encantado) e prende-se num dilema: manter o sentido de humor que a Pixar costuma ter, contornar a violência do universo que apresenta (afinal os dinossauros sempre matavam para comer, certo?) e criar uma história ternurenta em torno de duas personagens que não funcionam nem juntas nem separadas.

Os cenários são brilhantemente renderizados – ao ponto de parecerem reais – mas a animação das personagens também é surpreendentemente banal e previsível.

É caso para constatar talvez o mais constrangedor: o filme da Pixar deste Natal não é a primeira nem a segunda escolha para levar as crianças ao cinemas nas férias.

O melhor: Os cenários e a qualidade da animação.
O pior: A falta de interesse de tudo o que é contado.


José Pedro Lopes

 

Notícias