Que o sétimo filme de Velocidade Furiosa viria marcado pela morte do protagonista Paul Walker enquanto o filme ainda estava em produção não é surpresa, mas a realidade é que esta condicionante acaba por o prejudicar em mais formas do que seria de esperar.
Furious 7 é um passo atrás face ao seu antecessor, já que onde o sexto acertava – uma história bem organizada, muita diversão e um sentido de ritmo eficaz – este novo falha. Isto porque em inúmeros momentos o enredo é travado e dá a volta para não incluir Walker, ou então para tê-lo de forma muito condicionada (são identificáveis os momentos que foram filmados com o irmão dele a substituir). Cenas dramáticas perdem emoção e cenas de ação estendem-se inacreditavelmente para acomodarem uma rodagem com uma personagem presente e um ator ausente.
Por tal, se não dermos relevância a este facto de produção, Furious 7 é uma entrada irregular na saga, com uma mera narrativa de vingança levada longe demais, que a certo ponto pára e recomeça, e com sequências de ação mais confusas que divertidas, contrariando a onda de “puro divertimento” que o 6º e o 5º tinham conquistado.
Jason Statham é um bom vilão, usando o seu carisma como verdadeiro “macho” de ação à moda antiga, e Nathalie Emmanuel (Game of Thrones) traz charme a uma equipa de durões. No entanto, Vin Diesel e Michelle Rodriguez continuam sofríveis nas cenas mais dramáticas, com alguns momentos que chegam a ser constrangedores.
Ressalva no entanto para a nota final do filme – com a despedida feliz de Brian O’Conner (Paul Walker) da série – num momento verdadeiramente terno que não é comum na grande máquina de Hollywood, isto quando toca a filmes de entretenimento e a atores com pouca consagração. Mesmo com custos para a qualidade do filme, foi um gesto bonito.
O melhor: Statham é duro de roer e a despedida de Walker tem uma classe surpreendente.
O pior: Desorganizado, repetitivo e derradeiramente… chato.
José Pedro Lopes
