Quinta-feira, 18 Abril

«Taken 3» por Jorge Pereira

A saga Taken é a mais recente a entrar na fase do desperdício. Depois de um filme de certa maneira marcante no género do cinema de ação em 2008, seguiu-se uma sequela inferior (2012), mas que ainda assim tinha suficiente genica para ser um produto de entretenimento aceitável. Taken 3 não é nada disso, roçando acima de tudo a inconsequência.

Bryan Mills (Liam Neeson) volta a ser o centro das atenções, desta vez não tendo de lidar (à partida) com nenhum sequestro, mas com a morte de alguém que lhe é próximo. Para piorar, ele mesmo é acusado dessa morte, passando o filme inteiro a tentar descobrir quem é o verdadeiro responsável, enquanto paralelamente tenta fugir da polícia, liderada por um Forest Whitaker (O Último Desafio, Zulu) com uma peça de xadrez na mão e que parece assumir o papel de líder de todas as caças ao homem nos tempos que correm (é uma espécie de Tommy Lee Jones desta geração).

O problema é que Taken 3 é totalmente construído com base nos mesmos clichés, quer nas suas sequências de ação (completamente banais), quer nas personagens (demasiado vistas), restando muito pouco ao espectador para realmente se surpreender. Nisto surge ainda outro problema: Olivier Megaton, o realizador do segundo filme, volta a assumir aqui as lides, mas faz um trabalho tão genérico e sem sabor, que mais parece em piloto automático, um pouco como todo o elenco da obra, onde apenas Maggie Grace parece ter crescido. As novas personagens, interpretadas pelo já referido Forest Whitaker e por Dougray Scott, pouco ao nada acrescentam à franquia, transformando assim toda esta experiência numa das mais penosas do início do ano – não porque o filme seja verdadeiramente mau, mas porque é demasiado genérico e derivativo para que esbocemos algo mais que um par de bocejos.

O Melhor: O interesse inicial em rever Bryan Mills e os seus trunfos de ex-agente da CIA
O Pior: Totalmente banal e inconsequente


Jorge Pereira

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