Quinta-feira, 28 Março

«The Hobbit: The Battle of the Five Armies» (O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos) por Ricardo Du Toit

Finalmente chegamos ao fim da trilogia de O Hobbit, saga que precede o Senhor do Anéis. Uma viagem de três anos que começou com uma revolução a nível técnico (abençoado seja o high frame rate) e uma legião de fãs a queixarem-se da divisão em três filmes de um livro com pouco mais de 300 páginas, em vez das 1200 de Senhor dos Anéis.

Depois de uma resolução rápida da Desolação de Smaug, mesmo antes do título inicial, o filme resume-se exatamente àquilo que invoca no título: uma batalha entre cinco exércitos, numa guerra cega pelo ouro e pelo poder. Mas nem tudo é assim simples.

Com a luta interna entre a honra e ganância de Thorin (Richard Armitage), ao ponto de sacrificar a amizade pela pedra do poder, a Arkenstone, não podemos deixar de sentir uma empatia pela posição de Bilbo (Martin Freeman), que apenas quer ajudar o amigo a perceber que está possuído pelo bem material. Entretanto, continuamos a história de amor entre Tauriel (Evageline Lily) e Killi (Aidan Turner), os quais continuam a ser uma espécie de Romeu e Julieta. Do outro lado, Thranduil (Lee Pace) quer reaver o colar das gemas brancas, sendo esta uma das suas intenções ao entrar na batalha. Pelo meio está Gandalf (Ian McKellen), como a voz do homem mais sábio destas terras e Bard (Luke Evans), que aqui se destaca como um autêntico líder, cheio de coragem e disposto a levar as coisas até ao fim.

No fim, tudo culmina com uma batalha épica entre orcs, elfos, homens, anões e águias, cada um mostrando aquilo que vale. Estas são de longe as cenas que mais entretêm em toda esta trilogia: hora e meia de pancada, sangue e morte. E não falta um epilogo cheio de sentimento, que fecha esta trilogia, onde ficamos até aos curiosos créditos finais, ao som de “The Last Goodbye” de Billy Boyd, deixado para trás uma ultima realização desta experiência pessoal.

Em toda a saga de Senhor dos Anéis fomos contemplados com grandes batalhas em CGI, mas é neste filme que tivemos provavelmente o melhor exemplo de todos, com visuais incríveis de fazer “babar” qualquer fã da Terra Média. A isto acresce a bela cinematografia trabalhada por Andrew Lesnie e a montagem bem balanceada e equilibrada durante toda a obra por Jabez Olssen. E embora possa ser difícil para alguns terem que lidar com este capítulo final, ao olhar para a trilogia como um todo não se pode deixar de estar grato pelo trabalho de Peter Jackson e de todo o elenco, que se comprometeram em dar-nos uma prequela sem grandes dissabores.

Se ao menos a trilogia prequela de Star Wars tivesse sido assim…

O Melhor: Uma conclusão simples e concisa, com batalhas atrás de batalhas e muitos sentimentos.
O Pior: Menos história do que é esperado num filme baseado numa obra de J. R. R. Tolkien.


Ricardo Du Toit

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