Sexta-feira, 26 Abril

«Night at the Museum: Secret of the Tomb» (À Noite no Museu: O Segredo do Faraó) por Jorge Pereira

Se nos primeiros momentos desta sequela da franquia À Noite no Museu até pensamos que vamos ter um filme diferente e uma aventura mais ao estilo de Indiana Jones, o que se segue lembra-nos imediatamente ao que viemos e o que na verdade podemos esperar.

Na realidade, esta trilogia nunca conseguiu explorar todo o seu potencial, servindo mais como um entretenimento limitado, familiar e momentâneo, daqueles de consumo fácil, especialmente na época natalícia, onde vale essencialmente por algumas boas piadas e atores carismáticos a assumirem papéis de figuras históricas despertadas quando o sol se põe.

Em À Noite no Museu: O Segredo do Faraó a ação avança para um museu londrino, local onde se vai tentar decifrar a razão por que a pedra que permite trazer à vida todas essas peças está a ficar estranhamente coberta por uma massa que lhe retira a magia. Com uma nova cidade e museu onde decorrem os eventos, chegam também novas personagens, como um Lancelot (Dan Stevens) em busca de Guinevere, um Faraó (Ben Kingsley) radiante por rever o filho (Rami Malek), um novo esqueleto de dinossauro, uma cobra demoníaca e também uma nova segurança, aqui interpretada por Rebel Wilson a fazer de Rebel Wilson como só Rebel Wilson consegue fazer.

Objetivamente e em termos narrativos não há muito de novo neste “final”. Como há novas personagens históricas a despertar, passamos pela interiorização das mesmas da sua nova situação, repetindo-se muito do que vimos nos dois filmes anteriores. O mesmo se pode dizer das personagens que regressam, como Larry (Ben Stiller), Dr. McPhee (Ricky Gervais), Jedediah (Owen Wilson) e Octavius (Steve Coogan), os quais repetem basicamente o que já mostraram nos outros filmes. Todos eles participam em gags pouco conseguidas no geral, cabendo ao Homem-de-neandertal de serviço e a um macaco (o mesmo de A Ressaca) o humor mais físico, mas nem por isso mais espontâneo.

A maior emoção por aqui prende-se mesmo com outros fatores. A nostalgia de ver Robin Williams novamente como Teddy Roosevelt e Mickey Rooney como Gus acaba por ser dos momentos mais intensos, embora isso nada tenha a ver com as suas interpretações ou com a fita na sua essência.

Por tal, se esperam algo de verdadeiramente novo, estão no filme errado. À Noite no Museu: O Segredo do Faraó é uma espécie de “best of” da franquia com a adição de algumas personagens curiosas, mas que no fim das contas não representam assim uma grande mais valia.

Se por outro lado adoraram os filmes anteriores, então não percam tempo e visitem esta última dose (se entretanto não existir uma sequela ou reboot).

O Melhor: Algumas das novas adições ao elenco e alguns cameos curiosos
O Pior: Repetitivo (no humor), simplório (no enredo) e superficial (no drama)


Jorge Pereira

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