Sexta-feira, 19 Abril

«Fruitvale Station» (A Última Paragem) por Roni Nunes

Essa grande sensação do Festival de Sundance de 2013 chega a Portugal um ano depois e quando o hype politicamente correto já tem o seu ceptro passado para o vencedor do Oscar de 2014. Talvez por isso e, numa visão mais serena, esta obra de estreia de Ryan Coogler já não pareça tão entusiasmante.

Esta crónica de uma morte anunciada parte de um incidente trágico ocorrido na passagem de ano de 2008 para 2009 na estação que dá nome ao filme – localizada em Oakland, área metropolitana de São Francisco. No filme acompanha-se retrospetivamente as últimas 24 horas de uma das personagens do episódio.

Como todo a história que começa pelo fim, não é fácil a vida do argumentista (o próprio Coogler) em evitar o óbvio, principalmente quando os princípios que o norteiam são bastante explícitos – fazer com que o espectador simpatize com este personagem (vivido pelo ator Michael B. Jordan) que já foi preso por tráfico de drogas e tenta reconstruir a sua vida familiar e afetiva com a mulher e a filha.

Cinematograficamente, é um filme correto, que segue fielmente a cartilha do cinema indie norte-americano e, mesmo se sabendo de antemão o final, consegue bons momentos de emoção. Mas não apaga a sensação de que, no que se refere a filmes baseados em factos verídicos, sobre injustiças e abusos policiais, já se viu mais e melhor.

O Melhor: a sequência da estação perto do final
O Pior: no todo é demasiado óbvio


Roni Nunes

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