Quinta-feira, 25 Abril

«Battle of the Year» (Desafio do Ano) por Nuno Miguel Pereira

No mundo do cinema há obras que são facilmente criticáveis. Isto funciona quando as obras são muito boas e as palavras se escrevem sozinhas, ou, por outro lado, quando é tudo mau demais e, por isso, é fácil encontrar e escrever os defeitos.

Em Desafio do ano, o foco centra-se num concurso internacional de grupos de dança, em que os Estados Unidos não têm tido grande sorte. Para mudar isso, o magnata Dante Graham (Laz Alonso) pede ao seu amigo, ex-treinador de Basquetebol, Jason Blake (Josh Holloway), para reunir uma equipa de dançarinos e trazer a taça. Dentro desses dançarinos destacam-se Franklin (Josh Peck), Stacy (Caity Lotz) e Rooster (Chris Brown).

Primeiro problema: em poucas linhas de resumo, a história está contada e qualquer pessoa consegue imaginar o que irá acontecer. Desde as dificuldades iniciais, até à glorificação dos Estados Unidos da América e a demonstração que os outros países não prestam e que a América é que é.

Segundo problema: Benson Lee resolveu realizar um videoclipe de 90 minutos com muitas luzes, piruetas e o rapaz do Lost-Perdidos para dar carisma ao filme (o que falha).

Entramos agora no terceiro problema: o elenco. Aqui, apenas Josh Peck tem uma interpretação que se poderá dizer sofrível, de resto é somente embaraçoso. Chris Brown, que já tinha sido condenado por agressões físicas, deveria ser condenado por ter agredido a arte de bem representar. Caity Lotz é apenas uma cara bonita, que consegue fazer a espargata, e os atores mais experientes pareciam estar com pressa para ir a algum lado (talvez estivessem a tentar fugir deste projeto), dizendo as suas deixas em piloto automático.

Último e talvez o maior defeito: num filme essencialmente dedicado à música, teria sido interessante ter uma banda sonora personalizada. Ao invés, fomos presenteados com música padrão barulhenta e nada memorável.

O melhor: As coreografias safam-se e Josh Peck teve suficiente menos, na sua atuação.
O pior: Chris Brown, Josh Holloway, a banda sonora e a história.


Nuno Miguel Pereira

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