Sexta-feira, 29 Março

«Trance» (Transe) por Ricardo Du Toit

O realizador britânico Danny Boyle regressa às salas de cinema com este enigmático “Transe”, que promete fazer muitas cabeças girar.

O filme conta a história de Simon (James McAvoy), responsável por leilões de arte, que esconde uma pintura valiosa de Goya, durante um assalto. Depois de ser agredido e de bater com a cabeça, Simon perde a memória e consequentemente do local onde está a pintura escondida. É nesta altura que o criminoso Franck (Vincent Cassel) recorre ao serviço de hipnoterapia de Elizabeth (Rosário Dawson) para o tentar fazer lembrar onde está o Goya.

É aqui que as coisas se complicam. O filme trata de memórias e como é que elas nos definem. Brincar de forma muito séria como elas pode alterar, e muito, a nossa vida.
Muitas vezes sem aviso, a história muda de curso, deixando-nos por vezes a tentar perceber qual a percepção da realidade. Quando começamos a nos habituar a esta versão da história, a coisa volta a mudar de percurso, deixando-nos nas pontas dos pés, mantendo sempre alguma expectativa e mistério.

Em consequência, perdemos a confiança nas personagens, sendo que a sua figura está sempre em risco. Acontece que quando começamos a estar do lado de uma das personagens, a nossa visão da pessoa pode mudar, deixando por vezes uma sensação de que fomos traídos.

Mas isto não importa, porque o estilo moderno de Danny Boyle faz com que toda a experiência seja mais alucinante e única, deixando os fãs de “Inception – A Origem”, com um sorriso na cara.

O Melhor: A incerteza do que pode acontecer a seguir, o sotaque escocês de McAvoy e Rosario Dawson.
O Pior: Arrisca a ser demasiado confuso .


Ricardo Du Toit

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