Quinta-feira, 25 Abril

«Wreck-It Ralph» (Força Ralph) por Nuno Miguel Pereira

Paperman

 

Estava eu à espera do prato principal que se seguia (Força Ralph) quando surge uma curta-metragem, já típica nos filmes da Disney. Se normalmente gosto, desta vez apaixonei-me.
 
A história é simples. Um rapaz avista uma rapariga ao longe e apaixona-se. Quando pensa que não a voltará a ver, reencontra-a, mas novamente ao longe. É nessa altura que ele tenta captar-lhe a atenção. Até aqui, nada que uma comédia romântica não pudesse tratar. Porém, nesta curta a história é silenciosa e a preto e branco. Não precisamos de palavras, a narrativa desenrola-se através de aviões de papel.  A pantomima aqui utilizada juntamente com o ambiente do filme, torna tudo uma experiência muito cool. A juntar a este cenário, temos o 3D, o que nos transporta para um filme mudo do início do séc. XX. Transporta mesmo! É como se o estivéssemos a viver. Para além disto, temos o floreado da Disney, o que dá uma dimensão mais romântica e fantasiosa à história. No final passaram 7 minutos e eu desejei que fossem mais.
 
Créditos a John Kahrs (estreante na realização) que criou todo este ambiente vintage.
 
Só por isto vale a pena ir a uma sala de cinema ver o Força Ralph.

Força Ralph 

 

Ralph é um “mau” já veterano de um jogo de arcades. Cansado de ser menosprezado e de os louros ficarem sempre para o “bom” Felix, decide sair do seu próprio jogo em busca de uma medalha que o pudesse tornar um herói. Para azar de Ralph, vai parar a “Hero`s duty”, um jogo muito diferente e mais violento do que o seu. Para piorar as coisas, um personagem fora do seu jogo não se regenera. Isto quer dizer que se o nosso amigo Ralph morresse aqui, não voltaria. Nessa altura, ele decide roubar uma medalha e fugir novamente. Acho que já contei de mais. Se ficaram curiosos, vão ao cinema ver o resto.

Confesso que tinha algumas expectativas neste filme e a verdade é que, de forma geral, se cumpriram. O conceito é muito interessante. A ideia de “dar uma vida” aos personagens dos videojogos, como se de trabalhadores se tratasse, é inovadora. Imaginar o PacMan a ir a uma festa, ou o Dr. Robotnic (entre outros) numa reunião para os “maus” é brilhante. Desta forma obrigam os mais velhos a pôr os óculos de Nerd, o que efetivamente fiz, pois era um filme em 3D. Sendo que para além disso, nos dão com uma carga de nostalgia. Vemos referências a jogos desde o Street Fighter ao Super-Mario e tenho a certeza que, devido à minha idade, ainda me escaparam muitas. Por tudo isto, este filme é amplamente recomendado aos adultos, sem esquecer que as crianças também vão gostar.

A história não é tão cativante como os cenários, mas é criativa q.b. e tem personagens muito engraçadas. Eu vi a versão dobrada e por isso talvez tenha perdido algumas piadas made in USA. Apesar de tudo, tenho a dizer que gostei bastante das dobragens. Já não é novidade nenhuma dizer que os Portugueses fazem (quase) sempre bons trabalhos nesta área.

Queria ainda avisar que vão surgir polícias em forma de Donuts (curioso). Só por isso vale a pena ver o filme. Por isso e pelo facto de o 3D funcionar muito bem. Eu sou da opinião que onde o 3D funciona melhor é nos filmes de animação. Neste caso foi como ver um videojogo ganhar vida tridimensional. Tivemos direito desde às falhas de pixéis, até às movimentações típicas dos personagens de jogos das arcadas.

No desenlace, temos o final marca Disney e a moral da história. O meu conselho é o seguinte: Adultos, agarrem nas vossas crianças e usem-nas como pretexto para irem ver este filme!

O Melhor: O ambiente de videojogo e as referências nostálgicas.
O Pior: A história por vezes enrola um pouco.

 
 Nuno Miguel Pereira

 

 

Notícias