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«Intouchables» (Amigos Improváveis) por Jorge Pereira

É fácil entender a razão do sucesso de «Amigos Improváveis» nos cinemas franceses, alemães e espanhóis, Na verdade estamos perante uma comédia dramática que tinha tudo para ser um melodrama chorão, mas este é um filme sobre esperança e como duas pessoas bem distintas encontram o balanço para as suas vidas e situações precarárias (quer físicas, quer sociais).

Phillipe (François Cluzet) é um tetraplégico milionário que procura alguém que tome conta dele e que o ajude a executar as tarefas mais básicas da vida. Driss (Omar Sy) é um ex-condenado à procura de uma assinatura que confirme que concorreu a um emprego para continuar a receber o subsídio de desemprego. De forma bastante improvável, Driss vai acabar por assumir a posição de tomar conta de Phillipe, pois este procurava alguém que o tratasse de igual para igual e não por compaixão ou pena. Como Driss não tinha grandes alternativas de vida, acaba por aceitar o desafio, nascendo aqui um relacionamento de cumplicidade entre dois homens díspares que se tornam verdadeiros amigos.

«Amigos Improváveis» tinha tudo o que precisava para ser uma verdadeira novela, mas acaba por ser um filme que foge aos lugares comuns e capaz de fazer rir e dar que pensar ao mesmo tempo. E consegue isso sem ser muito exuberante, ou excêntrico, mas apoiado por duas interpretações seguras e um guião muito frontal, que trata as coisas pelo seu nome e que vai mais além da vitimização – quer do pobre deficiente físico (Phillipe), quer do pobre deficiente social (Driss). 

Faltam filmes assim e por isso «Amigos Improváveis», sem ser uma obra prima, consegue ser bastante competente e homenagear a história real que está por trás do seu enredo. A ver….
O Melhor: A cumplicidade dos dois amigos
O Pior: O sub-enredo da paixoneta de Phillipe é demasiado superficial
 
 
 Jorge Pereira