Quinta-feira, 2 Maio

«Captain America: The First Avenger» (Capitão América: O Primeiro Vingador) por Pedro Quedas

Para o melhor e para o pior, os ‘comics’ do “Capitão América” sempre caminharam numa linha ténue entre a (leve) sátira da comercialização da ‘American Way’ e o genuíno apreço pelo contributo dos soldados na guerra contra os nazis. Para o melhor e para o pior, o filme que neles se inspirou tem as mesmas qualidades e defeitos.
 
O enredo é, ainda assim, razoavelmente simples. Steve Rogers (Chris Evans) é um rapaz de Brooklyn com bom coração e muita vontade de ajudar o seu pais a combater os nazis na 2ª Guerra Mundial, mas o seu corpo enfezado e variados problemas de saúde levam a que seja constantemente rejeitado. É então que o cientista Abraham Erskine (Stanley Tucci) se oferece para injectar o jovem com um soro que lhe vai toda a força que sempre desejou e a possibilidade de se tornar o Capitão América.
 
A decisão de Chris Evans de representar Steve Rogers como um herói genuinamente bom e bem-educado acaba por ser um traço de surpreendente diferença, numa era tão saturada de super-heróis arrogantes e sempre com um trocadilho na ponta da língua. A rodeá-lo temos Tommy Lee Jones, divertindo-se ao máximo e roubando todas as cenas em que aparece, como o sarcástico Coronel Chester Phillips, Hugo Weaving como Red Skull, nazi arqui-inimigo do Capitão América, Dominic Cooper no papel de Howard Stark, criador do icónico escudo do herói e pai de Tony Stark, o “Iron Man”, e também Hayley Atwell que, como Peggy Carter, o amor da vida de Steve Rogers, sucede em cumprir a função de ser classicamente bonita com um toque de “se te esticas, levas um tiro”.
 
{xtypo_quote_left}Os ‘comics’ do “Capitão América” sempre caminharam numa linha ténue entre a (leve) sátira da comercialização da ‘American Way’ e o genuíno apreço pelo contributo dos soldados na guerra contra os nazis {/xtypo_quote_left}Joe Johnston, que realizou, em 1991, “As Aventuras de Rocketeer”, transporta para este filme o mesmo estilo, numa conseguida celebração do visual ‘vintage’ da América nos anos 40. Ainda assim, o mais impressionante trabalho de efeitos especiais do filme foi mesmo tornar Chris Evans num jovem baixinho, asmático e enfezado.
 
E assim, com um filme que não é tão bom como “The Dark Knight” nem tão mau como “The Fantastic Four”, damos mais um passo para a estreia de “The Avengers”, em 2012. Em última instância, “Capitão América” é o que é – um filme de acção bem feito e divertido, com personagens simples mas bem cuidadas, um visual interessante e uma ou outra gargalhada. Podia ser bem, bem pior.
 
O Melhor:O visual anos 40 e o sarcasmo omnipresente de Tommy Lee Jones
O Pior:Sendo um bom filme, falta-lhe, de um modo geral, algum rasgo.
 
 
 Pedro Quedas
 

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