O novo filme da brilhate Kathryn Bigelow (“Near Dark”, “Strange Days”) é… uma bomba!
Passado na Guerra do Iraque, o filme segue a EOD, unidade de desarmamento de bombas do exército americano. A equipa conta com três homens – interpretados por Jeremy Renner, Anthony Mackie e Brian Geraghty – que vão até todo o tipo de cenários de bombas em Bagdad para os desactivar.
Filmado num estilo semi-documental, semi-filme de guerra estético, nos seus tensos 131 minutos de duração podemos ver a equipa enfrentar minas, carros armadilhados e até um homem-bomba.
Tensão é mesmo a palavra dominante de “The Hurt Locker”. Durante a sua primeira hora e meia, Bigelow apresenta cenários de “stress” e tensão uns atrás dos outros, antes de deixar o filme (e as personagens) descerem aos seus infernos pessoais na recta final do relato. O filme é de deixar os nervos em franjas, e recria de maneira bem realista o desespero e a ansiedade de quem vive em ambiente de guerra.
Tendo vencido prémios no festival de Veneza e nos Independent Spirit Awards, o filme oferece uma brilhante interpretação por Jeremy Renner (“The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford”, “28 Weeks Later”), um actor que valerá a pena seguir com atenção no futuro.
Claramente o melhor filme sobre as guerras dos anos 00, “The Hurt Locker” oferece uma visão diferente e interessante sobre toda a temática da guerra. Sem bons nem maus, o filme oferece uma versão intensa sobre o “stress” dos soldados quem mantêm a paz em solo iraquiano. Tudo isto debaixo do olhar de uma população que caminha nas ruas de Bagdad seguindo as suas vidas com normalidade, e que de vez em quando vem à varanda ver os americanos lidarem com homens-bomba.
O Melhor: A realização – tensa e intensa.
O Pior: Os 2 minutos em que Guy Pearce aparece.
José Pedro Lopes