Sexta-feira, 19 Abril

«The Hurt Locker» (O Estado de Guerra) por José Pedro Lopes


O novo filme da brilhate Kathryn Bigelow (“Near Dark”, “Strange Days”) é… uma bomba!

Esta pode ser um pouco uma frase feita para começar uma crítica, mas nunca encaixou tão bem num filme. “The Hurt Locker” é um filme de guerra explosivo – quer na temática quer na abordagem. Um triunfo e, sem dúvida, um dos filmes que irá marcar 2009.

Passado na Guerra do Iraque, o filme segue a EOD, unidade de desarmamento de bombas do exército americano. A equipa conta com três homens – interpretados por Jeremy Renner, Anthony Mackie e Brian Geraghty – que vão até todo o tipo de cenários de bombas em Bagdad para os desactivar.

Filmado num estilo semi-documental, semi-filme de guerra estético, nos seus tensos 131 minutos de duração podemos ver a equipa enfrentar minas, carros armadilhados e até um homem-bomba.

Tensão é mesmo a palavra dominante de “The Hurt Locker”. Durante a sua primeira hora e meia, Bigelow apresenta cenários de “stress” e tensão uns atrás dos outros, antes de deixar o filme (e as personagens) descerem aos seus infernos pessoais na recta final do relato. O filme é de deixar os nervos em franjas, e recria de maneira bem realista o desespero e a ansiedade de quem vive em ambiente de guerra.

Tendo vencido prémios no festival de Veneza e nos Independent Spirit Awards, o filme oferece uma brilhante interpretação por Jeremy Renner (“The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford”, “28 Weeks Later”), um actor que valerá a pena seguir com atenção no futuro.

Claramente o melhor filme sobre as guerras dos anos 00, “The Hurt Locker” oferece uma visão diferente e interessante sobre toda a temática da guerra. Sem bons nem maus, o filme oferece uma versão intensa sobre o “stress” dos soldados quem mantêm a paz em solo iraquiano. Tudo isto debaixo do olhar de uma população que caminha nas ruas de Bagdad seguindo as suas vidas com normalidade, e que de vez em quando vem à varanda ver os americanos lidarem com homens-bomba.

O Melhor: A realização – tensa e intensa.
O Pior: Os 2 minutos em que Guy Pearce aparece.

 

 

José Pedro Lopes

 

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