Sexta-feira, 19 Abril

Kate Beckinsale, uma outra “Viúva” na nova série da Amazon

Se no mais recente filme de Steve Mcqueen, Widows (Viúvas) seguiamos um grupo de mulheres que pressionadas são obrigadas a completar um golpe que os falecidos esposos não executaram, em The Widow (A Viúva), a nova série da Amazon, encontramos Kate Beckinsale como Georgia Wells, uma mulher cujo marido desapareceu depois de um acidente de avião. Oficialmente, ele está morto, mas Geórgia não acredita, pois nunca encontraram o corpo e várias pistas dão-lhe essa esperança.

Quando ela visita a República Democrática do Congo, onde o avião caiu, começa a encontrar evidências de uma vasta conspiração que pode ou não envolver o seu marido e uma bomba que foi colocada no avião.

Escrito por Harry e Jack Williams, os quais têm uma vasta carreira na TV onde se inclui The Missing, The Widow (A Viúva) é um thriller com alguma energia que nos prende até ao último terço da história entre conspirações políticas e militares com ramificações económicas ao comércio de Coltan, uma matéria prima que recebe o nome em Portugal de columbita-tantalita, “metais fundamentais para toda a tecnologia relacionada a equipamentos eletrónicos” (telemóveis, notebooks, iPad, etc).

As maiores reservas do coltan estão na República Democrática do Congo, onde se trava uma guerra civil há anos em torno da posse das minas. É no meio desse caos que Beckinsale vai transitar, com o apoio de um jornalista local e de um homem com um passado nas agências secretas, sempre – no trajeto – usando um particular “set of skills”, já que ela mesmo é uma antiga militar, sabe manejar uma arma e lidar com problemas em zonas de conflito.

A sua forma de operar não é muito diferente à de Jack Bauer na série 24, ou seja, várias vezes contorna a lei e mente para conseguir dar mais um passo para resolução de caso que se tornou obsessivo, o qual tem ainda no centro um misterioso sobrevivente da queda do avião, um cego que encontramos pela primeira vez na Holanda a tentar uma cirurgia corretiva que lhe recupere a visão.

Depois, e para além de segredos, tragédias familiares, traições no grupo de amigos de Georgia, temos ainda uma incursão pelo carácter das organizações humanitárias, uma viagem à corrupção dos estados africanos e a forma como certos grupos recorrem a meninos soldados, tudo misturado num enredo que nos é apresentado em diferentes tempos da história mas que por diversas vezes parece pegar em demasiados elementos sem conseguir ser verdadeiramente espetacular, surpreendente ou profundo em nenhum deles.

 

 

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