Um mar de lágrimas. Assim foi recebido Le Petit Prince (O Principezinho) na sua apresentação hoje na 68ª edição do Festival de Cannes.
O filme de Mark Osborne (O Panda do Kung Fu), apresentado fora de competição, é uma adaptação livre do clássico da literatura de Antoine de Saint-Exupéry e contou com duas projeções para a imprensa: uma em francês e outra em inglês, esta última decorrida no Grand Théâtre Lumière. A sessão terminou sob fortes aplausos e não só. Foram poucos aqueles que saíram da sala sem o rosto coberto de lágrimas.
Nesta versão animada, o filme abre com a história de uma menina nos dias de hoje que descobre através de um idoso a história do Principezinho, iniciando-se assim uma aventura de descoberta da sua essência enquanto criança e do valor da amizade.
Tal como o original, considerado por muitos como um livro infantil rico em questões filosóficas, o filme de Osborne preserva tais dilemas e doutrinas, mas tenta seguir uma aventura própria e imaginativa. A animação cruza o habitual CGI com um estilístico stop-motion (e de certa forma nostálgico, devido à fidelidade com os desenhos da obra literária).
Mark Osborne
Numa entrevista em Cannes, Osborne explicou o que representava para si a história do Principezinho: «O meu primeiro exemplar foi a minha mulher que mo ofereceu. Nessa época, vivíamos uma relação à distância, era muito difícil. Ela enviou-me o livro que tinha tido quando era criança como um meio de nos mantermos conectados. Chegou exatamente na altura em que, durante os meus estudos de animação, procurava a minha via como artista. O livro permitiu-me voltar a imergir na minha infância e, quando se é criança cria-se sem refletir. Eu queria que o filme falasse da maneira como o livro pode mudar as nossas vidas e não adaptá-lo página após página. Queria conseguir uma equivalência cinematográfica desta experiência emocional.»
O Principezinho estreará em França no final do mês de julho. A versão inglesa contará com as vozes de Rachel McAdams, Jeff Bridges, Paul Rudd, Paul Giamatti, Benicio Del Toro, Marion Cottilard e James Franco.