Sexta-feira, 26 Abril

«Amy»: crónica de uma morte anunciada

«O que eu acho sobre a fama? Tenho a sensação de que não saberia lidar com ela», confessa Amy Winehouse no muito revelador e emotivo documentário biográfico Amy, do britânico Asif Kapadia, que nos deu já o magnífico Senna, num outro documento póstumo bem sucedido.

Fica para já como um dos registos mais emotivos sobre a ascensão e queda de uma estrela que nos faz sair da sala com o coração apertado.

Mas antes da sua exibição aqui em Cannes, numa secção paralela, o filme fora atacado pelo pai de Amy, Mitchell Winehouse, acusando a inclusão de declarações pouco abonatórias do marido de Amy, Blake Fielder, na altura na prisão. No entanto, é neste filme que vemos a própria Amy a queixar-se da forma como o pai se aproveitava da fama da filha.

«Escrevo canções porque sou passada da cabeça», escuta-se num dos muitos documentos em vídeo que nos permitem acompanhar de perto a vida desta cantora jazz londrina falecida a 23 de julho de 2011, com 27 anos, com uma dose excessiva a de álcool e drogas.

Amy Winehouse viveu como cantou e morreu de forma quase premonitória. Amy é o documentário explosivo e direto que nos mostra toda a naturalidade a sua imensa energia e talento, bem como o percurso de uma das maiores cantoras jazz de todos os tempos. Desde os seus momentos mais íntimos de afirmação até ao uso de drogas, álcool e do seu mau convívio com a fama.

Asif Kapadia compõe um tecido rico e emotivo com recurso aos vídeos pessoais do seu amigo e agente, filmes de família com Amy ainda criança e adolescente, bem como inúmeras imagens de arquivo, excertos de clipes em smartphones e muitas imagens fotográficas. Emocionou com um registo muito real de Senna e fá-lo agora também com Amy.

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