Sábado, 20 Abril

Vem aí a Judaica – Mostra de Cinema e Cultura. 7 filmes a não perder

Arranca amanhã (04/03) a 3ª edição do Judaica – Mostra de Cinema e Cultura, que irá decorrer até dia 8 de março no Cinema São Jorge, em Lisboa. O C7nema irá acompanhar o certame, naquela que é até à data a sua programação mais ambiciosa. É toda uma diversidade de temas que invocam o passado, assim como remetem a questões atuais intensamente presentes na sociedade. Aqui ficam sete sugestões cinematográficas que dificilmente poderão passar ao lado.

O Labirinto das Mentiras

Numa Alemanha que tenta descaradamente ocultar todos os indícios do Holocausto e outros horrores cometidos pelo Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial, um jovem procurador tenta levar a julgamento alguns dos responsáveis pela desumanidade que manchou o passado de uma nação. O Labirinto das Mentiras é baseado no Julgamento de Auschwitz em 1963, onde 22 ex-guardas do campo de concentração foram constituídos arguidos, num caso que incentivou uma autêntica “caça aos monstros”. Esta é a primeira longa-metragem de Giulio Ricciarelli, um ator italiano radicado na Alemanha. Filme de abertura da Judaica.

Natan

Um documentário realizado por Paul Duane e David Cairns que tenta “ressuscitar” a memória de Bernard Natan, aquele que foi considerado um dos pais do cinema francês, como também um dos realizadores mais prolíferos da indústria cinematográfica nos anos 20 e 30. Contudo, os feitos destes encontram-se atualmente “apagados” da História e a sua imagem unicamente é associada ao cinema pornográfico gay e ao sadomasoquismo. Mas afinal o que aconteceu? Quem está por trás desta conspiração em denegrir uma importante personalidade da 7ª Arte? Este documentário seguirá as pistas e explora uma verdade escondida. Será que conseguirá resgatar Natan das sombras?

O Escravo de Deus

Um thriller político de produção venezuelano-argentina que se inspira no atentado ao Centro Comunitário Judaico de Buenos Aires (AMIA), ocorrido em 1994. Realizado por Joel Novoa, O Escravo de Deus acompanha um agente especial argentino-israelita que vive obcecado em descobrir os responsáveis pelo ato terrorista, ao mesmo tempo que se foca em dois homens completamente diferentes que vivem em situações limite. Vencedor do Excellence in the Art of Filmmaking em Palm Beach em 2013 e prémios e passagens por festivais como Mar del Plata, Huelva e do Gramado.

Corre, Rapaz, Corre

Apesar do filme de Pepe Danquart (realizador de Schwarzfahrer, o vencedor do Óscar de Melhor Curta-Metragem em 1993) persistir em incutir uma perspetiva de uma personagem infantil ao Holocausto, não pensem que estaremos perante um retrato de pura ingenuidade. Adaptação de uma obra literária do israelita Uri Orlev, Corre, Rapaz, Corre centra-se na extraordinária história verídica de “Jurek” Srulik, um rapaz polaco de oito anos que tenta sobreviver entre os horrores da Segunda Grande Guerra e a fervorosa caça aos judeus.

Felix & Meira

Soa quase como um impossível romance de Shakespeare, mas Felix & Meira, do realizador Maxime Giroux, é acima de tudo um retrato choque entre culturas divergentes e opostas. Ele (Martin Dubreuil) é um homem em pleno sofrimento com a perda do seu pai, e ela (Hadas Yaron), uma judia hassidica, regida por um quotidiano ortodoxo deveras rígido e intolerante. Eis uma obra que coleccionou elogios por onde passou, nomeadamente no último Festival de San Sebastián, e vencedor do Prémio de Melhor Filme Canadiano no Festival de Toronto. Em jeito de curiosidade: antes de Felix & Meira, a atriz Hadas Yaron já havia interpretado um membro da cultura hassidica em A Noiva Prometida, de Rama Burshtein, onde acabou por ser consagrada com o Prémio de Melhor Atriz no Festival de Veneza de 2012.

Gett: O Processo de Viviane Amsalem

Uma das grandes apostas desta edição do Judaica. Candidato israelita aos Óscares e nomeado na mesma categoria dos Globos de Ouro, Gett funciona como um retrato alarmante da inexistência do divórcio civil em Israel. Quem o diz é Viviane Amsalem (Ronit Elkabetz), uma mulher que se vê envolvida numa tremenda batalha judicial para concretizar algo banal no Ocidente: um simples divórcio. Em Israel apenas as conservadoras autoridades religiosas têm o poder de autorizar o procedimento ou, como nas maiorias dos casos, impedir. Premiado como Melhor Filme do Festival Internacional de Cinema de Jerusalém. A sessão contará com a presença do realizador (Shlomi Elkabetz).

Kaplan

Uma comédia de produção alemã-uruguaia que acompanha as aventuras de um pacífico cidadão de origem judaica, Jacobo Kaplan (Héctor Noguera), que vive no Uruguai desde a Segunda Guerra Mundial. Acreditando ter descoberto um antigo líder nazi a residir numa praia, Jacob une esforços com um antigo policia para revelar a sua identidade e por fim, capturá-lo. Realizado e escrito por Álvaro Brechner (Mal Dia para Pescar), Mr. Kaplan é uma sátira ao “payback” que sucedeu depois do Holocausto. Candidato uruguaio ao Óscar e premiado em Mar del Plata, Huelva e nomeado a um Goya, para além de dominar os prémios uruguaios de 2014, Mr. Kaplan encerrará o Judaica sob a forma de um extenso sorriso.

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